sábado, 28 de maio de 2011

Terceira Etapa do Ciclo de Debates movimenta o Instituto de Ciências Humanas e Letras da Ufam

Por Bruno Izidro

Estava claro para todos que chegaram na manhã de sexta-feira, 27, no Hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL/Ufam), que havia algo diferente acontecendo. As cadeiras arrumadas de frente para o palco aguardavam alunos e artistas para a terceira etapa do Ciclo de Debates Comunicação no Espaço Urbano, no qual debates e intervenções artísticas representaram feitos inéditos na universidade

Com o tema “Arte Urbana: Expressões Criativas na Cidade”, a última etapa do ciclo iniciou com a apresentação da organizadora do evento, professora Mirna Feitoza, que expressou sua alegria pela realização de tal empreitada. “É uma satisfação realizar esse tipo de ação aqui porque trazemos agentes de arte urbana para dentro da universidade, aproximando-a da comunidade”, afirmou a professora, que também é líder do Grupo de Pesquisa Mediação.


Uma mesa redonda com a participação dos artistas que iriam expor sua arte no evento deu início às atividades do ciclo. Na ocasião, eles falaram das experiências e dificuldades que tiveram durante os anos de realizações de uma arte que não se encontra consolidada em Manaus. O DJ Tubarão, um dos pioneiros do hip-hop na região, comentou sobre as origens do movimento. “Isso tudo começou há mais de 20 anos. Quando cheguei aqui não havia muita mobilização e tive a honra de participar da formação da identidade do hip-hop aqui no Amazonas”, comenta o DJ. Já Adriano Richards, ou Adriano Art, como é mais conhecido, falou da importante integração que o Ciclo de Debates estava proporcionando entre a comunidade hip–hop, grafite e comunidade acadêmica. “Passou muita água debaixo da ponte do Igarapé do 40 até nós conseguirmos entrar aqui na universidade”, declarou entusiasmado Adriano, que hoje é apresentador do programa “Comunidade Hip Hop” da TV Ufam.


A mesa-redonda também contou com a colaboração ativa do público, proporcionando debates muito importantes sobre o olhar ainda em construção sobre o grafite e a pichação, que muitas vezes são relacionados à violência e às drogas. Rogério Arab, um dos grafiteiros presentes na mesa, afirmou que publicitários e donos de agência querem “domesticar” o grafite. “Existe sim as pessoas que fazem um tipo grafite, chamado vandal, que infelizmente é ligado ao tráfico e à violência, mas um número cada vez maior de pessoas vêem e realizam grafite como uma forma de expressão mesmo”, esclareceu o artista.

Logo depois começaram as atrações artísticas do evento com a apresentação do grupo de B-Boys “MHM Crew”, que transformaram o palco do ICHL em um verdadeiro espaço do break dance, com vários passos impressionantes bem típicos desse estilo de dança. O fundador Witon “K-Boy” falou que o grupo foi criado em 2009 e é uma seleção dos melhores dançarinos de break dance do Amazonas. O grupo já participou de diversas competições no Brasil representando o Estado. Sobre o evento, “K-Boy” vê nele uma grande oportunidade para expandir a cultura do hip-hop. “É uma porta que se abre para o nosso trabalho e para educar cada vez mais pessoas na dança de rua”, completou o B-Boy.

A terceira etapa do ciclo de debates também contou com a pesquisa acadêmica. A aluna do curso de Artes Plásticas, bolsista do PIBIC/Ufam e PAIC/FAPEAM, Bárbara Teófilo, apresentou o seu projeto de iniciação científica, intitulado “Grafite como linguagem da cidade: um estudo da comunicação a partir das interferências do espaço urbano na manifestação do grafite na cidade de Manaus”, no qual ela faz um estudo de vários grafites encontrados nas avenidas Djalma Batista e Constantino Nery e investiga seus significados dentro do espaço da cidade.

E isso tudo ainda era uma preparação para a principal ação artística que estava por vir...

Confira na próxima postagem do Blog do Mediação!